sábado, 4 de dezembro de 2010

Um pouco de poesia

Tenho um exemplar da 17º edição do Livro de Sonetos do Vinícius de Moraes. O livro tá velhinho, pobrezinho. A capa já caiu, mas eu a guardo com todo carinho. Acho que este livro deve ter sido da biblioteca da minha tia e por algum motivo muito bom está aqui comigo. Eu o reencontrei esta semana enquanto arrumava o meu cantinho de escritório aqui em casa - vou mostrá-lo na próxima postagem, é que ainda estou fazendo alguns ajustes pra dar um toque especial.
Pra comemorar esse doce reencontro com o livro, aí vai:



Soneto do Amor Total


Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do
que pude.


Vinícius de Moraes